Luís Figo abandona a Selecção

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Luís Figo abandona a Selecção: «Sinto-me feliz pelo que fiz»

[ 2006/07/08 | 22:51 ] Nuno Madureira enviado-especial à Alemanha

Luís Figo comunicou ao grupo de jogadores da Selecção Nacional que realizou hoje o último jogo com a camisola das «quinas». O histórico capitão fez 127 internacionalizações e deixou 32 golos.

«Foi o meu último jogo», afirmou antes Figo esta noite depois do jogo com a Alemanha, que decidiu terceiro e quarto do Mundial. «Comuniquei aos meus colegas que ia deixar a Selecção em definitivo, disse que estava orgulhoso de fazer parte da equipa e agradeci o carinho e o apoio que me deram ao longo destes anos todos. Deixo a Selecção num momento em que o futebol português está de parabéns pelo que fez», lembrou.

Aos portugueses, Luís Figo também deixou uma mensagem. «Resta-me agradecer o carinho que me deram, que não deixem de apoiar esta fantástica equipa e espero que não tenhamos que esperar mais 40 anos para ver a Selecção entre os quatro melhores do Mundo», comentou, confessando a dificuldade que sentiu em dizer «acabou»: «Quando se deixa uma coisa que se gosta, e onde se está há 15 anos não é fácil, mas o mais importante é sair de consciência tranquila de que tudo fiz para dignificar o meu país. Chegou essa altura, algum dia tinha de sair. Sinto-me muito orgulhoso do que os meus companheiros me deram e os portugueses também e ter feito parte desta Selecção.»

Figo sai orguhoso. «Sinto-me feliz pelo que fiz ao longo da minha carreira e orgulhoso de estar aqui», apontou. E agora qual o futuro da Selecção? «Todas as gerações têm sido importantes para cimentar o prestígio ao longo dos anos, mas a geração anterior foi importante para que possamos estar aqui e fazer o que fizemos.»

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09.07.2006

Na edição do jornal "A BOLA"

Fizeste tanto por nós

O cruzamento de excepção para Nuno Gomes marcar o golo de honra da Selecção Nacional no jogo frente à Alemanha surge como mais do que perfeito símbolo da carreira de Luís Figo na Selecção Nacional. Desde 12 de Novembro de 1991, quando se estreou frente ao Luxemburgo, que Figo tem feito tanto por Portugal que só podia mesmo retirar-se com mais um desígnio de classe: dando algo de si próprio e levando os outros (Nuno Gomes, nós, portugueses, e ainda o resto do Mundo) a desfrutar de muitas emoções. Figo já teria planos para o final de carreira na Selecção Nacional e decidiu que esta era a ocasião certa. Todos percebemos quando chegou a hora. Primeiro no diálogo com Oliver Khan, o guarda-redes da Alemanha que também escolheu a hora de deixar a Selecção, depois na forma como saudou a claque portuguesa, os braços no céu, aplaudindo os aplausos que lhe tributaram em Estugarda. Depois, e por fim, quando anunciou que chegara a sua vez de parar.
Grande capitão

Luís Figo não deixa a Selecção de acordo com os objectivos que traçara para este final de carreira, pois queria tanto ser campeão do Mundo (como merecia erguer o troféu esta noite em Berlim) e não o conseguiu, mas sai como estrela de dimensão maior. Completa carreira de referência total com o quarto lugar no Mundial e chegando às 127 internacionalizações A. «Foi uma grande capitão e um grande líder », referiu o primeiro-ministro José Sócrates, em Estugarda. Em 15 anos, Figo capitaneou a Selecção Nacional 23 vezes. Fica pois uma saída cheia de classe. Portugal já tem saudades suas, mas as boas memórias que nos deixa prevalecem por anos, anos e anos...

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09.07.2006

"Dei tudo pelo meu país"

Rui Farinha, em Estugarda

Luís Figo disse "adeus" à selecção Nacional. Depois de 15 anos a representar as cores lusas o capitão realizou ontem o seu último jogo pela formação portuguesa e no final deu a notícia que já era esperada. Os companheiros de equipa foram os primeiros a ser informados da decisão do jogador, numa comunicação difícil para o médio do Inter. "Quando se deixa uma coisa de que se gosta não é fácil. Mas saio de consciência tranquila porque dei tudo pelo meu país. O mais importante para mim é que me sinto muito orgulhoso do que os meus colegas e os portugueses me deram sempre", afirmou Figo visivelmente emocionado.

O capitão português que, ontem à noite, entrou no relvado sob uma forte ovação do público quis deixar ainda o apelo a todos os portugueses para que não deixem de apoiar "uma selecção fantástica" e manifestou um desejo "Espero que não tenhamos de esperar 40 anos para ver a selecção de novo entre as quatro melhores do Mundo".

Sobre a derrota frente à Alemanha Luís Figo manifestou algum dissabor, mas defendeu "É duro acabar assim o Campeonato do Mundo, mas este jogo não vai, com certeza, apagar o que Portugal fez durante todo o torneio. O mais importante é termos a consciência que tudo fizemos para prestigiar Portugal".

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09.07.2006

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09.07.2006

Luís Figo diz adeus à Selecção


Luís Figo anunciou depois da derrota (1-3) frente à Alemanha o abandona da Selecção Nacional. Depois de 15 anos a representar as cores nacionais (e um recorde de 127 internacionalizações), o médio do Inter revelou que esta não foi uma decisão fácil, mas que tinha de ser tomada alguma vez. Os colegas foram os primeiros a ser informados, logo a seguir ao embate de atribuição do 3º e 4º lugares do Mundial’2006.

“Quando se deixa uma coisa de que se gosta e onde se está há 15 anos, não é fácil, mas saio de consciência tranquila, porque dei tudo pelo meu país. Mas o mais importante para mim hoje é que me sinto muito orgulhoso do que os meus colegas e os portugueses me deram sempre”, revelou.

E também dedicou algumas palavras de apreço a todos os portugueses. “Aos portugueses gostaria de agradecer o carinho que me deram nestes anos todos ao serviço da Selecção Nacional. Não deixem de apoiar a Selecção, que tem feito tudo em prol do país", disse.

"Sinto-me feliz por aquilo que fiz ao longo da minha carreira desportiva, neste caso ao serviço da Selecção. Continuarei a torcer pela Selecção, que é um dos grandes amores de todos os portugueses”, rematou.

Uma carreira para recordar

Luís Figo anunciou hoje a saída da selecção portuguesa de futebol, depois do jogo de atribuição do terceiro lugar do Campeonato do Mundo de futebol de 2006, em Estugarda, onde Portugal foi derrotado pela anfitriã Alemanha (1-3).

Nascido em Lisboa, a 4 de Novembro 1972, o capitão da selecção das "quinas", com 33 anos, passou hoje a contar 127 jogos pela equipa nacional, que fazem dele o mais internacional dos portugueses.

Figo estreou-se na selecção portuguesa a 12 de Outubro de 1991, antes de cumprir 19 anos, num encontro particular com o Luxemburgo (1-1), marcando o primeiro dos seus 32 golos a 11 de Novembro de 1991, num particular em que Portugal venceu a Bulgária (2- 1), em Paris.

Campeão do Mundo de sub-20 em 1991, o extremo direito do Inter de Milão participou em duas fases finais de Mundiais (2002 e 2006) e em três de Europeus (1996, 2000 e 2004), alcançando o terceiro lugar.

Formado nas escolas do Sporting, no qual jogou até 1995, Figo representou depois os dois maiores clubes espanhóis, FC Barcelona (1995/96 a 1999/2000) e Real Madrid (2000/01 a 2004/05), antes de se juntar ao Inter, de Itália, na época passada.

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09.07.2006

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Figo, o adeus à Selecção: pilar de uma geração que colocou Portugal entre os grandes

Capitão da Selecção Nacional, Luís Figo, é o denominador comum nas presenças de Portugal em grandes provas de selecções. Parte de uma geração que catapultou a formação das quinas para patamares mais elevados, não falhou qualquer fase final em que Portugal participou.

É o jogador luso com mais internacionalizações e tornou-se num dos maiores símbolos desta equipa, por representar experiência e carisma. Assumiu-se como um líder e, depois de tempos difíceis no Real Madrid, voltou a mostrar ao Mundo as suas qualidades no Inter e também neste Campeonato da Alemanha. Demonstrou, aos 33 anos, que a experiência e a classe podem ser tudo e apresentou-se em grande forma. Despediu-se da Selecção, mas a sua marca ficou bem vincada.

Este Mundial era a última oportunidade para vencer um título a este nível, depois de ter conquistado o campeonato do Mundo de Sub-20, em Lisboa, em 1991. Na altura, a chamada «Geração de Ouro» empatou com o Brasil, sem golos, e venceu nos penalties, 4-2.

No jogo de preparação do Mundial-2006 frente ao Luxemburgo quebrou o jejum de golos. O capitão já não balançava as redes há dois anos, desde 29 de Maio de 2005, precisamente num jogo de preparação para o Euro-2004 frente à equipa luxemburguesa. No entanto, há que recordar que Figo renunciou à equipa das quinas após a final do Europeu, disputada a 4 de Julho, e só voltou onze meses depois, a 4 de Junho de 2005, no Portugal-Eslováquia da fase de qualificação para o Mundial.

Nos últimos anos, Figo foi perseguido pela «maldição» dos penalties falhados. A partir de 2001 o extremo deixou de acertar o alvo sempre que foi colocado frente-a-frente ao guarda-redes adversário. O último penalty falhado foi frente ao Liechtenstein, a quarta vez consecutiva em que Figo falhou o castigo máximo (em Outubro de 2005). O ex-capitão marcou quatro golos em oito tentativas e à quarta falha decidiu afastar-se da marca de grande penalidade.

Luís Figo estreou-se pela Selecção Nacional em 12 de Outubro de 1991, num encontro particular frente ao Luxemburgo. O jogador foi substituído, ao intervalo, por João Vieira Pinto. Nos dois jogos seguintes foi suplente, frente à Holanda e à Grécia, em jogos de qualificação para o Europeu de 1992.

O extremo agarrou a titularidade, em definitivo, a partir do seu quarto jogo com a camisola das quinas, frente à Holanda, em 12 de Fevereiro de 1992. O primeiro golo pela Selecção foi marcado em Paris, a 11 de Novembro desse mesmo ano, num particular durante a qualificação para o Mundial de 1994, com a Bulgária.

FICHA
Nome: Luís Filipe Madeira Figo
Data de Nascimento: 4 de Novembro de 1972 (33 anos)
Clube: Inter de Milão (Itália)
Posição: Extremo-direito
Número no Mundial: 7
Internacionalizações AA: 127
Número de golos nos AA: 32 golos
Número de golos em Mundiais: 9
Primeira participação na selecção A: 12 de Outubro 1991, Luxemburgo-Portugal, 1-1
Internacionalizações nas camadas jovens: 61 (sete nos Sub-21, 33 nos juniores e 21 nos juvenis)
Jogos nas taças europeias: 121 (94 na Taça dos Campeões, oito na Taça das
Taças e 19 na Taça UEFA)
Golos nas taças europeias: 28 (24 na Taça dos Campeões, um na Taça das Taças e três na Taça UEFA)
Jogos na Supertaça europeia: 4 (zero golos)
Jogos na Taça Intercontinental: 2 (zero golos)
Equipas onde jogou: Sporting, Barcelona, Real Madrid, Inter


2006/07/09
Redacção MaisFutebol