Figo - "Gostava de estar mais fresco"

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Figo
"Gostava de estar mais fresco"

O capitão da Selecção Nacional não tem dúvidas quando considera decisiva a fase de trabalho que se segue, porque o desgaste exite e necessita de ser devidamente tratado

18.05.2006
Existe uma esperança, digamos uma forte esperança no discurso de Figo, capitão da Selecção Nacional, e o mais internacional da história do futebol português (118 AA, 179 no total). "Objectivos? Fazer o melhor possível, chegar o mais longe possível", explica quando fala da ambição que rodeia o grupo. Ainda não há muito tempo, Luiz Felipe Scolari deu uma de professor, confessando ter sentido um Figo fisicamente esplêndido, a correr como se tivesse 18 anos. Perante o cenário, o extremo do Inter sorriu e disparou: "A verdade é que este ano corri muito. Tudo depende da forma como jogam as equipas e das características dos jogadores. Gostava de estar mais fresco. Não estou fisicamente como em Janeiro. Mas confio que vamos preparar-nos bem, o melhor possível. A forma como vai decorrer a preparação será decisiva".

Da lista de eleitos para a fase final, Figo não encontrou nenhuma surpresa: "Não houve nenhum tipo de surpresa. A polémica existe sempre, é sempre difícil contentar uns e outros. A partir do momento em que o seleccionador optou por estes jogadores, todos os portugueses devem apoiar, independentemente de estar A, B ou C".

Figo tem uma ideia clara em relação aos adversários da primeira fase e concorda que o grupo é matreiro. "Há que estar atento. Há selecções que levam já um mês de preparação, selecções que não estão desgastadas como a nossa, por exemplo, que integra jogadores que actuam nas principais equipas europeias. É um grupo matreiro. Vamos esperar pelas respostas físicas. Temos de pensar em fazer o melhor possível, chegar a uma final e depois logo se vê o desempenho de cada um e da equipa. O mais importante, nesta altura, passa por um bom trabalho de preparação".

O capitão reconhece a importância no primeiro jogo, no dia 11 de Junho, frente a Angola. "É importante. Vencer dá confiança, perder é pior porque temos de correr atrás do prejuízo". Entre ambição e pragmatismo, Figo aponta como primeiro objectivo a qualificação para os oitavos-de-final. "As aspirações primeiras apontam para a passagem à fase seguinte da prova. O Mundial é uma competição muito difícil, mais difícil do que a Liga dos Campeões, por exemplo. Acreditar na passagem à segunda fase é importante. Depois é jogo a jogo, é a eliminar e tudo é possível".


"Qualidade espanhola"

Um jornalista espanhol quis saber os pontos fortes e fracos de Portugal. Figo, sorriu e destacou. "Onde há debilidades? É melhor não dizer...", riu-se. E explicou. "Temos uma equipa que trabalha junta há muito tempo. Há experiência e também juventude com valor". O jornalista espanhol quis saber a opinião de Figo em relação às aspirações espanholas. "Se a Imprensa não meter pressão e lhe der condições para trabalhar... Sempre são campeões antes de começar. Têm de os deixar trabalhar, porque têm bons jogadores e muita qualidade. Mas um Mundial não há equipas fáceis".


"Preparar física e desportivamente"

Figo espera que o Mundial’2006 corra melhor do que o de 2002. "A experiência dá-nos possibilidade e a consciência de que devemos preparar-nos melhor quer física quer desportivamente. Como já falei, é fundamental que a preparação decorra de forma que ajude todos os jogadores a recuperar bem do esforço da época, no sentido de iniciarmos a competição em igualdade de circunstâncias com as outras selecções. Depois será a qualidade a ditar os resultados".