Da escola primária para os grandes estádios

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Luís Figo - Internacional era aconselhado pela mãe a nunca desistir dos estudos.
Da escola primária para os grandes estádios.

Luís Figo não sonhava ainda com a grande estrela do futebol mundial que, anos mais tarde, se iria tornar. Em 1979, quase a fazer sete anos, o internacional português acabara de entrar para a escola primária, na Cova da Piedade, concelho de Almada, de onde é natural.

Em 1979 Figo entrou para a escola e brilhava no ‘Pastilhas’ (3º a contar da esquerda). Aos 13 anos rumou ao Sporting. Seguiu-se Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão

Os pontapés na bola, esses, há muito que tinham começado, mas apenas no seu bairro. É que Luís Figo não pensava ainda seriamente no futebol. Para ele, o mundo da bola era apenas puro divertimento.

Até porque os estudos, sobretudo para a sua mãe, eram o mais importante.

“A mãe do Luís não queria que ele ficasse prejudicado nos estudos. O futebol era apenas divertimento. Ele era muito novo e, evidentemente, a escola estava em primeiro lugar”, disse José Silva, presidente do ‘Pastilhas’, o primeiro clube de Luís Figo, confidenciando depois que o pai do jogador era a pessoa que mais incentivava o, agora, internacional português para a prática do desporto-rei.

“Ele dava-lhe muitos conselhos e dizia para nunca desistir do futebol. Era um jovem rapaz que ouvia sempre os pais. Então decidiu que iria continuar a jogar, mas não descurando os estudos”, referiu.

Talvez por causa dos incentivos, Luís Figo, depois de fazer os habituais trabalhos de casa, corria para a rua, para junto dos amigos. E era ali mesmo, perto da casa que habitava com os pais, na Cova da Piedade, que começavam as ‘jogatanas’. O jovem craque já era o mais habilidoso entre o seu grupo de amizades – com apenas sete anos – e foi por isso que não passou despercebido aos ‘olheiros’.

“Nós tínhamos o hábito de nos deslocarmos aos ringues de futebol dos bairros próximos do clube e um dia descobrimos o Luís Figo a jogar num ringue de futebol, gostámos das suas qualidades futebolísticas e convidámo-lo a jogar no ‘Pastilhas’”, afirmou José Silva.

Na tenra idade, as crianças têm tendência para as habituais traquinices. No entanto, Luís Figo sempre primou bela boa educação e pela humildade.

Era um exemplo, apesar da sua idade. “Muito calmo, não tinha vaidades, era um miúdo humilde e não gostava de grandes confusões. Não tinha vaidades por ser considerado o melhor jogador da equipa. Após os jogos, tinha um comportamento mais recatado e ia para casa”, disse o dirigente do ‘Pastilhas’.

Formado naquele clube da Cova da Piedade, Luís Figo só com 13 anos – 1985 – rumou ao clube que o fez despontar para a fama: o Sporting. No entanto, nem a ida para os ‘leões’ lhe subiu à cabeça. O jogador sempre manteve a mesma postura, a mesma que tinha, por exemplo, em 1979.

Ia para a escola de manhã, depois seguiam-se os treinos e o regresso a casa.

Em 1979, de certeza absoluta, não sonhava com a atribuição do título de Melhor Jogador do Mundo, troféu que conquistou em 2001, já no Real Madrid, depois de uma saída polémica do Barcelona. Dispensado pelos madrilistas, brilha agora no Inter e vai jogar o Mundial à Alemanha.

PERFIL

Luís Figo é natural de Almada, onde nasceu a 4 de Novembro de 1972 (33 anos). Iniciou-se no futebol no ‘Pastilhas’, onde rapidamente se notabilizou, ingressando no Sporting com apenas 13 anos.

Fez a sua formação nos ‘leões’, estreou-se na equipa sénior e deu o salto para o Barcelona. Protagonizou uma das transferências mais mediáticas, quando trocou o Barça pelo rival Real Madrid.

Actualmente está no Inter de Milão. De todos os títulos que conquistou, aquele que maior destaque merece é o de Melhor Jogador do Mundo, em 2001.



( www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=195312&idselect=196&idCanal=196&p=200 )