Post by 7Figo on Jun 18, 2007 16:37:09 GMT
Empresa de Figo vai entrar no negócio "Parque Maior"
A sociedade de Luís Figo e de Paulo China está a negociar com a empresa Iberotermas a sua participação no projecto de requalificação da zona desportiva da Maia, que inclui o estádio municipal e o imóvel inacabado que se destinava à piscina olímpica. Também a TramCroNe (TCN), responsável pela nova Exponor e concorrente à renovação do Bolhão (Porto), vai participar na operação, que foi adjudicada pela Câmara à Iberotermas, há mais de um ano.
Piscinas olímpicas da Maia nunca passaram do esqueleto de betão e darão lugar, agora, ao Parque Maior
"O contrato para o início das obras vai ser assinado em breve, uma vez que estão cumpridas as nossas exigências. Sempre dissemos que só o assinaríamos quando houvesse garantias reais da concretização do que está previsto. Esta parceria garante-nos isso", sublinhou, ao JN, o presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, confirmando o nome das três entidades envolvidas, cuja associação foi noticiada, na edição de ontem, pelo Jornal de Negócios.
Contactado pelo JN, Rui Teixeira, director-geral da Iberotermas, confirmou o estabelecimento de parcerias, mas escusou-se a indicar quais as empresas envolvidas. "O modelo do negócio pressupõe isso mesmo parcerias com entidades com capacidade e competência técnica e financeira. Ninguém explora 40 mil metros quadrados de área de construção sozinho", afirmou.
"É uma intervenção interessante, num excelente sítio", disse, ao JN, Paulo China, sem avançar mais pormenores sobre o processo. Apesar das tentativas, o JN não conseguiu ouvir os responsáveis da TramCroNe.
"Valeu a pena este compasso de espera [projecto foi adjudicado à Iberotermas há mais de um ano] para se garantir a sua concretização efectiva", congratulou-se Bragança Fernandes, confiante que no início do próximo ano os trabalhos avançam no terreno.
"Estamos a dar passos seguros. Não há pressa, o que importa é que as coisas sejam bem feitas e que o projecto tenha princípio, meio e fim", contemporizou, no entanto, Rui Teixeira.
O projecto - Parque Maior - implica um investimento global de 26 milhões de euros e inclui a construção de uma série de valências, destacando-se a eliminação do "esqueleto" de betão que se destinava à piscina olímpica, obra que nunca chegou a ser concluída. Também o estádio municipal sofrerá uma intervenção, com a implantação de um palácio automóvel na sua frontaria.
Mas a entrada de mais empresas no negócio é vista, pela oposição socialista, como a confirmação de que a Iberotermas não tem capacidade para levar por diante o projecto, como tinha alertado o PS nas reuniões do Executivo.
Mais Miguel Ângelo Rodrigues, vereador do PS, considera que estas alterações obrigam a autarquia a fazer um novo concurso. "A adjudicação foi feita à Iberotermas com uma proposta concreta. Se as condições dessa proposta inicial são alteradas, o processo fica ferido de ilegalidade. Não há outra alternativa a não ser fazer novo concurso", explicou, admitindo que o PS poderá solicitar a intervenção do Tribunal de Contas e da Inspecção-Geral da Administração do Território. De resto, sublinhou que os prazos previstos na adjudicação inicial já foram ultrapassados e que, por isso, esse acto já "não tem condições para avançar".
Projecto foi adjudicado ao segundo concurso
O primeiro concurso lançado pela Câmara para o projecto Parque Maior, que previa 82 mil metros quadrados de construção e 30 anos de cedência de direito de superfície, ficou deserto. No segundo concurso - 63 mil metros quadrados e 70 anos de cedência - só concorreu a Iberotermas. E ganhou.
Minuta de contrato ainda está por assinar A proposta da minuta do contrato de cedência dos 63 mil metros quadrados foi retirada da agenda da reunião da Câmara em Agosto passado. Nunca mais voltou. O presidente da auarquia argumenta que serão introduzidas alterações ao projecto e que, caso a Iberotermas não as aceite, o negócio cai por terra.
Empresa pagará renda anual de cinco mil euros
A Iberotermas pagará à Câmara cinco mil euros por ano pelo espaço cedido. Mas arrecadará uma renda mensal de 155 mil euros (1,8 milhões por ano) e mais 1,7 milhões pela cessão de direitos a investidores.
Concretização das obras em dois anos
O projecto inclui a construção de um hospital privado, uma clínica de fisioterapia, edifícios de comércios e serviços, um centro de artes tradicionais, um auditório, um parque verde e um palácio automóvel. No total, são cerca de 40 mil metros quadrados de construção. Prazo de execução dois anos. O investimento total ascende a 26 milhões de euros.